“Bem basiquinha”, MC Loma se mostrou ao público recifense na noite deste domingo (8) em meio a uma explosão de gelo seco e confetes, projetadas sobre o palco do Haras Boa Viagem, na Imbiribeira. Enquanto a cortina de fumaça ia se esvaindo, Loma ia se revelando, cantando Envolvimento, hit chiclete que está na boca do povo desde as prévias de Carnaval. Com sua roupa brilhosa e característica maquiagem neon, não tardou a ficar à vista dos fãs e dos mais curiosos, que com os celulares a postos registravam todos os passos da agora loira funkeira de 15 anos, sempre ladeada pelas Gêmeas Lacração.

Mirella e Mariely Santos, inclusive, demonstraram ter bem mais gingado no momento do que quando gravaram o clipe caseiro de Envolvimento, que alçou o trio pernambucano ao sucesso justamente por toda criatividade e espontaneidade envolvida. No palco, as gêmeas rebolaram ao lado de dois dançarinos e também usaram a voz em boa parte do show, provando que não são meras coadjuvantes, mas alicerces importantes na construção de uma figura sincrônica, harmônica e fraternal. Por mais que a plateia clamasse pelo nome de Loma, parecia que era mais pela ideia de Loma. Com elas, com tudo. E a ideia que transmitiam, juntas, encarando pela primeira vez sua terra natal após a fama, era de que uma dava a segurança e coragem necessárias para a outra.

Após abrirem o show com seu hit mais famoso, as meninas cantaram Cheguei, da carioca Ludmilla. Em seguida, mandaram uma própria, Na Vibe. Na sequência, Que Tiro Foi Esse?, da também carioca Jojo Todynho. E por aí foram compondo o repertório da apresentação, mesclando suas músicas autorais com sucessos comerciais. À quem acompanhava tudo de perto, a impressão que dava era de que as meninas de fato animavam mais as pessoas quando cantavam suas próprias canções e que nenhuma delas agitou tanto quanto a inaugural, por razões óbvias. Entretanto, elas souberam reger bem seu tempo de show, fazendo algumas pausas para interagir com o público, tirar fotos e chamar os mais entusiasmados para subir no palco e dançar.

Atraso

Apesar da boa interação com o público, sobretudo pelos gritos aleatórios de “Uai!” e “Escama só de peixe!” em meio às músicas — o que era bem-aceito e repetido —, dava para notar que boa parcela dos presentes estava imóvel, ou fitando o palco ou gravando vídeos no celular. Não dançavam tanto ou cantavam a plenos pulmões como acontecia no show predecessor, da Musa. Talvez isso se justifique pela novidade. Pelo fato de ser o primeiro show dessas meninas no Recife, jovens que saíram de Prazeres e ficaram conhecida no País inteiro. Essa expectativa gerava muita curiosidade e pode ser o que tenha feito a galera parar para assistir, de fato. O que difere do show de Priscilla Sena, animado e entoado em coro, mas recorrente no recinto também.

Essa questão da expectativa pode ser reiterada pela impaciência do público momentos antes do show, que atrasou mais de uma hora. Depois que Musa se despediu, muita gente não arredou o pé da área frontstage, outras começaram a se aglomerar. Só que entre uma coisa e outra houve um grande intervalo ao som do DJ Nando Ramos, o que animou no começo, mas depois foi tido como enrolação. “Loma, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver!”, gritavam em uníssono.

A espera até às 23h35, todavia, parece ter sido recompensada, pois teve gente gritando, invadindo o palco para abraçar as meninas, gente estendendo a mão para Loma passar e tocar (o que fora atendido) e coisas do tipo. O show adentrou pela madrugada desta segunda-feira (9), horário considerado inviável para muita gente sobretudo nesta época do ano. O Haras continuou cheio. Opiniões técnicas à parte, não dá para negar que elas são uma sensação.

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